terça-feira, fevereiro 08, 2005

Ao cansaço sobrevem a noite.

Rosto após rosto
contorno
a sucessão das horas,
defino
o silencio.

Debruço-me sobre ninguèm.
Esgoto-me na tarefa de ser
chuva,
de escorrer por entre braços
que nunca apertam.

Noite após noite procuro.
E de silêncio em silêncio
aperto a chuva
que nunca é
senão a noite líquida
desta ansia de dizer
nem sei quê.