quinta-feira, junho 24, 2004

Ode ao silêncio

Vesti o silêncio com o teu rosto.

Na passagem das horas
fiquei menos só;
fiquei mais triste.

Somente ao construir
a tua ausência
é que pude entender de que consiste.

Não me importa o que tu
és ou não és,
mas o que tanto foste
e que persiste,

ornamentando o silêncio.


As palavras te recriam
do fundo irretocavel do passado
como uma silhueta móvel.


Ildásio Tavares