terça-feira, agosto 03, 2004

*

Escorre-me das mãos
esse vórtice
que é a tua perda.

Á noite nua
á maresia húmida
entrego o corpo
que antes era teu.

E os olhos,
pura doçura sem sono
arrastada da monção
oriental e aérea,
espreitam
os meus,
a lágrimas
batidas pelo vento.

Líquida
atiro as mãos,
o vórtice e
a perda:

noctambulo
lençol
porque cobres
apenas
a parte de mim que é
ausência?

Gabriella Marenzio