Visão
Crescem-me noites na escura cegueira dos meus olhos de Inverno.
Partem-se na respiração suave as estrelas,
as brumas antecedentes ao degelo
que se me estende por dentro
até ao finíssimo fio de alba.
Deixo-me bater pelo ar esquálido,
espero o brotar de outros olhos
dos meus e
circundo a escuridão.
Cego-me.
Nego a visão imperscrutável,
nego tudo que vi,
que haja quem veja.
Afogo a cegueira e o sangue, os espelhos
e todos os dias em que me inventei.
Afogo a seiva das minhas mãos. E afirmo, afirmo
Que essas noites são os olhos dos cegos a quem
se negou
cantar.
Partem-se na respiração suave as estrelas,
as brumas antecedentes ao degelo
que se me estende por dentro
até ao finíssimo fio de alba.
Deixo-me bater pelo ar esquálido,
espero o brotar de outros olhos
dos meus e
circundo a escuridão.
Cego-me.
Nego a visão imperscrutável,
nego tudo que vi,
que haja quem veja.
Afogo a cegueira e o sangue, os espelhos
e todos os dias em que me inventei.
Afogo a seiva das minhas mãos. E afirmo, afirmo
Que essas noites são os olhos dos cegos a quem
se negou
cantar.
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