sexta-feira, junho 25, 2004

Vermelho

O vermelho obsceno da tua língua mordaz
é de uma cor diferente.

Esse vermelho com que me pinto
solitária e despida
em mental invernia
Cor que troveja
iluminando a mente em ruínas.

Se pudesse viver de cores...
viveria desse e nesse
teu vermelho.

O céu
língua flamejante
de textura suave e doce
as nuvens.
Aí dormiria
incandescendo
até que a pele
vermelharia
palidamente
até esmorecer.

E, de súbito,
quero arrancar-te essa língua
que de amor me inflama
até á mais rígida dor.
Essa língua que beija e
mente,
ver-lhe o sangue azulado de
tanto morder.
Beber
esse alcool sanguínio
que te alimenta.
Embriagar-me com ele
de dor, amor
prazer



Por Gabriella Marenzio