sábado, junho 26, 2004

Delito

Carne de delito


Robusta rosácea marmorizada
no infinito do tempo

que nos concedemos.


Assim te queria,
expandindo a tua humanidade
sobre mim.


É tarde.
Entre nós reina a névoa sepulcral
de um dia distante.

O brilho mudo vivificado
nos teus lábios entrecortados
por algo sonóro e cheiroso.

A auróra aproxima-se em turbilhão.

Os teus dedos recolhem-se
e rumam ao dia.


Á sombra dessa amendoeira
prenhe do florido calor primaveril
nascem as sombras
da primeira manhã.

Gabriella Marenzio