sábado, junho 26, 2004

Requiem por un nado morto

roxinho, roxinho
na sua mantinha de lã
ele enrolava-se ao ferro frio
girino lindo gerado
de amor

roxinho, branquinho
na pura inocência
da sua casaquita sangrenta
na cama cinzenta
no impulso que não
o chega o chega a ser.

Germe de dor
que roxamente
se estende no
sangue que por todo
o corpo flui.
O que não é
é sabido
e nunca será.

No frio ferro
da não vontade,
no gelo que
habita a ponta dos dedos,
na expressão nula
lindo! Menino! Amor da mamã
Meu menino!
que nunca chega a ser.


Gabriella Marenzio